Involuntariedade (Camila de Jesus)

Não. Não trate como prioridade quem costuma te tratar como opção.
Pois mulher inteligente não usa o corpo, usa a mente.
E quem presença quer, presente se faz.
Ousar levantar da cama pra realizar os sonhos que tivemos durante a noite, talvez seja aquilo que nos falta.
Perceber que a felicidade não é somente mais um momento de transição. Tornou-se um estado de espírito. Chegou como quem não queria nada e ali permaneceu.
Identificar que por mais que tenhamos aprendido, nunca aprendemos o suficiente.
Descobrir que mesmo sendo "ultrapassados" carregamos vestigios dos nossos pais, intrissecamente nos nossos valores.
Descobrimos que tudo o que somos, somos porque permitimos ser.
Achamos que descobrimos a chave da felicidade, quando na verdade a felicidade não tem nenhuma barreira, nenhuma porta, nenhum cadeado.
Passamos a saber que nossas experiências de vida são tão valiosas que faz com que voltemos sempre ao ponto de partida, simplesmente para ficarmos felizes com nossa evolução.
E rimos, e choramos, e surtamos, e crescemos...
E amadurecemos...
E permitimos nos deixar felizes.
Descobrimos que diante do ataque agressivo de alguém, o melhor a se fazer, é não fazer nada.
O silencio é o maior ato de sonoridade que existe.
Quem cala, expressa o seu aprendizado de vida humana, amadurecida com a realidade sofrida.
Quando ensinamos, percebemos que educação não requer aprendizado, requer dom.
Descobrimos que a palavra AMOR é na verdade um sigla, que significa Amizade, Maturidade, Organização e Respeito.
Quem fala, permite que o outro queira ser feliz e aprender. Quem ouve e escuta, deseja ousar, ousar ter coragem de ousar.
Quando dizem que idade tem "parcela de culpa" nas nossas atitudes, não concordamos, mas no final acabamos por ter essa certeza.
Quanto permitimos observar e ter tantos pensamentos involuntários, estamos dizendo a nós mesmos que nós não somos nós quando estamos diante dos olhos dos outros... Neste momento, estamos sendo aquilo que o outro deseja ver.
E afinal, quem somos nós?
O que temos, o que queremos, quem estamos sendo ou quem estamos nos tornando?!
Aprendemos que não precisamos do valor de ninguém quando já temos o nosso.
Conversas nos levam a entender a sutil diferença entre charme e doce.
Olhares permitem que nos comuniquemos muito melhor do que longas conversas.
Beijos faz com que nos sintamos especiais.
Abraços nos dão essa certeza.
Dizeres, saudações, permite depositar no outro, o valor que você gostaria que ele reconhecesse
Falar bobagens, se arrepender e voltar a pronuncia-las, permite saber que tudo o que temos é por aquilo que somos.
Iludidas são aquelas pessoas que acham que tem um castelo, quando na verdade já sabem que tem um casa na periferia.
Será que existe o certo e o errado ou é a consciencia de cada um que define isso?!
Não sabemos o que é viver, mas achamos que viver é um pouco disso ai, daquilo ali...
Pensamentos involuntarios, conversas involuntarias, olhares involuntarios, ligações, bate-papos, fotos, textos involuntários.
Uma série de involuntariedade sendo exposta voluntariamente.
O que será tudo isso?!
E sendo assim pergunto rotineiramente se sou imperfeita.
E como resposta costumo dizer que sou sim, mas tudo o que faço, é com o melhor de mim.
E a única certeza que temos, são das dúvidas que temos.
Será que andamos fazendo coisas com a vida ou a vida que anda fazendo as coisas conosco?
Temos a caracteristica de não deixar a vida nos levar pra onde ela quer. Propomos e ela que nos acompanhe... e nunca até hoje, deixou ninguém na mão.
Não somos receita de bolo, não somos iguais a ninguém.
Somos o X da equação matemática.
Somos palavras sem significado.
Somos involuntariamente, voluntários.